Quem cuida do cuidador?
O cuidador é aquele que auxilia alguém que necessita de assistência, integral ou parcial.
Na cultura brasileira o cuidado está intimamente ligado ao sexo, a nossa sociedade acredita que a figura feminina adapta-se melhor às exigências da função de cuidar, que são biologicamente preparadas para isso, além de terem a expectativa de vida maior que seus cônjuges.
Sendo assim, normalmente, o perfil do cuidador é a esposa que cuida do marido ou a filha que cuida dos pais e a mãe que cuida dos filhos. Cuidar de alguém que se ama pode parecer simples, que é só lhes dedicar tempo e amor, mas não é bem assim. Cuidar de outra pessoa integralmente pode gerar uma sobrecarga que nosso corpo não está preparado para aguentar, afinal, na maioria dos casos, o papel do cuidador inclui os afazeres domésticos e gestão do lar.
Esse grupo de cuidadores, que tem entre 30 e 60 anos, e vive pressionado em suas atividades recebe o nome de geração sanduíche. É a geração que está constantemente pressionada por duas fatias simbólicas de pão, com suas inúmeras atividades no meio, onde uma fatia de pão cresce e a outra envelhece. A fatia que cresce representa os filhos e a responsabilidade de auxiliá-los e educá-los, a outra fatia, que envelhece, são os pais e avós, que necessitam de cuidados em sua velhice. Inúmeras vezes os adultos da geração sanduíche se veem sem opção, restando-lhes o papel de cuidador integral.
Toda essa exaustão física e emocional desencadeia o que conhecemos como estresse do cuidador. Conversamos com a terapeuta ocupacional Juliana Miranda, atuante no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (HUCAM), que nos pontuou:
“O que mais vejo na minha rotina hospitalar são cuidadores cansados, impacientes e ansiosos. Mas eles não percebem isso, pois não enxergam outros papéis ocupacionais além de serem cuidadores. Nosso dever, na terapia ocupacional, é reorganizar a rotina desse cuidador, estimulando o lazer, o auto cuidado, verificando aquilo que pode ser adaptado na rotina para otimizar o tempo e verificar as potencialidades de realizar o treino das atividades diárias para diminuir o “trabalho” do cuidador.”
O estresse e as doenças psicossomáticas são recorrentes aos que se dedicam integralmente aos cuidados de entes debilitados ou dependentes.
Pesquisas feitas pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia estimam que 16% dos cuidadores admitem que sua qualidade de vida piorou desde que assumiu essa nova função. Ainda, de acordo com informações da SBGG, 37% dos cuidadores estão envolvidos na administração de medicamentos, injeções e tratamentos médicos da pessoa de quem cuidam. Desses cuidadores, 77% reportam a necessidade de pedir conselhos sobre medicamentos e tratamentos, pois não se sentem aptas para funções técnicas.
E como identificar o estresse do cuidador?
Bem, os sintomas mais frequentes são:
- Ansiedade ou depressão;
- Fadiga;
- Exaustão crônica;
- Sentir-se culpado quando está longe do ente;
- Baixa imunidade;
- Baixa autoestima;
- Apatia;
- Isolamento;
- Insônia;
- Dores musculares e/ou nas articulações;
- Negligenciar a própria saúde.
Estresse intenso e fadiga física prolongada podem causar problemas mais graves. Estima-se que homens e mulheres que exercem a função de cuidador manifestam taxas mais altas de doenças, supressão imunológica e, inclusive, morte precoce. “Eles deixam de cuidar de si para cuidar dos outros e essa sobrecarga acarreta outros problemas de saúde”, completa Juliana.
Os encargos de cuidar muitas vezes silenciam a dor do cuidador, que é, sobretudo, um ser humano. 80% dos cuidadores familiares estão imersos em suas atividades 24 horas por dia, 7 dias na semana, negligenciando suas próprias necessidades físicas e psicológicas. Estar bem para cuidar do outro é essencial.
Não há, na medicina, um consenso sobre o que é qualidade de vida, pois é um complexo conjunto de percepções pessoais, que varia subjetivamente de indivíduo para indivíduo. Cada um de nós tem necessidades diferentes, sejam espirituais, materiais, culturais ou sociais, valores que cada pessoa atribui pra si. Então, a melhor forma de aumentar a qualidade de vida do cuidador é permitir que ele se conheça e faça aquilo que o faz bem. Cuidar do seu bem-estar também é uma forma de cuidar de quem precisa. Ter um tempo longe da responsabilidade de cuidar não é amar menos, é apenas se amar também. O cuidador também precisa ser cuidado.
E como cuidar do cuidador?
Reduzindo a sobrecarga de trabalho, separando um tempo para curtir a própria companhia, ou a companhia de amigos, ler um livro sem pressa, tomar um banho demorado, caminhar, praticar atividades físicas, são tarefas simples, porém fundamentais para manter a sanidade mental.
Outro ponto super importante é: peça ajuda!
Hoje, com os avanços tecnológicos, o acesso à profissionais qualificados está muito mais simples e dinâmico. A Azo possibilita a intermediação de profissionais capacitados e confiáveis com aqueles que necessitam de cuidados.
Os profissionais da Azo podem ser contratados por períodos a partir de quatro horas, e podem auxiliar pessoas acamadas de qualquer idade, no pós-operatório, cuidados com portadores de necessidades especiais, trocas de curativos e outros serviços. A Azo seleciona o profissional que mais se encaixa à sua necessidade e que estiver mais próximo da sua localização. Bacana, né?
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